Ria Formosa

A Ria Formosa
Situa-se ao sul de Portugal na província do Algarve abrangendo uma área na ordem dos 18.400 hectares ao longo de 60 km desde a praia do Ancão até à praia da Manta Rota.
Em 1978 foi-lhe atribuído o estatuto de Reserva Natural, e como área protegida, foi considerada em 1987 como Parque Natural .
É resguardada do Oceano Atlântico por um cordão dunar quase paralelo à orla continental, formado por duas penínsulas: Ancão, que abarca as praias do Ancão e de Faro; e a Península de Cacela, que engloba as praias de Cacela Velha e da Fábrica e cinco ilhas barreira arenosas: Barreta, Culatra, Armona, Tavira e Cabanas, que servem de proteção a um labirinto de canais, ilhas, sapais e bancos de areia e proporcionam a quem gosta de sol e mar verdadeiros paraísos.
Tem como largura máxima. cerca de 6 Km na zona de Faro, e a sua fisionomia é bastante diversificada devido aos canais formados sob a influência das correntes de maré, formando assim, uma rede hidrográfica densa, ambiente que, desde logo, indicia uma grande diversidade de flora e de fauna

Zona húmida de importância internacional como habitat de aves aquáticas foi isso , inscrita na Convenção de Ramsar, tratado internacional assinado naquela cidade e pelo qual o Governo Português assumiu o compromisso de manter as suas características ecológicas e de promover o seu uso racional
A diversidade dos seus ecossistemas alberga regularmente mais de 20.000 aves aquáticas durante a época de inverno Toda a zona é muito importante como zona de passagem para as migrações entre o Norte da Europa e África e abriga espécies raras como o Camão ou Galinha-sultana,  ave eleita como símbolo do Parque Natural, bem como outras espécies emblemáticas como os coloridos flamingos sendo também zona privilegiada para a reprodução e permanência de várias espécies de peixes, moluscos e crustáceos

Neste Parque Natural podemos encontrar outros animais em vias de extinção como é o caso do camaleão e do cavalo-marinho, que deu origem a uma das maiores comunidades da espécie do mundo.
A Ria Formosa é também conhecida pelo Cão de Água Português, uma raça de cães de pelo comprido, que ajudavam os pescadores na sua faina, mergulhando e apanhando o peixe que caia ao mar.
De salientar ainda a sua importância económica devido à grande diversidade de peixe, marisco e bivalves, sustentada pela zona de reprodução e alimentação destes animais – um autêntico viveiro natural. Aqui os mariscadores cultivam moluscos, bivalves como a amêijoa e a ostra, produzindo cerca de 80% do total de exportação do país.
Esta exploração de bivalves é feita em grande escala em viveiros que ocupam uma área de cerca de 100 hectares espalhados um pouco por todo o parque.
Começaram por ser explorações familiares, mantidas pelas mulheres e crianças, uma vez que os homens se ocupavam na pesca e parece terem surgido algures nos anos 50 e 60, quando alguns indivíduos resolveram delimitar determinadas áreas de terreno com estacas.
Dado que as capitanias não dificultaram a legalização dos terrenos, as áreas delimitadas foram aumentando, e hoje praticamente não existe mais espaço livre para os novos viveiros

A extração de sal é também uma das atividades tradicionais das populações da Ria. O turismo de natureza, sol e praia, observação de aves, o desporto náutico, são nos dias de hoje alguns dos seus potenciais económicos.
É habitada não só por pescadores mas também por muita população que desde os inícios do século passado construiu ali casas de férias constituindo uma ameaça à sua preservação.
Isso tem levado a que têm sido efetuadas muitas demolições, que têm causado muita polémica.
Mas o próprio mar tem mostrado a sua força, contribuindo para essas demolições como ocorreu na chamada ilha da Fuseta, parte integrante da ilha da Armona, onde já se podem encontrar apoios de praia.

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